ABCZ acompanha avaliação de touros da USP Pirassununga pelo PMGZ

A atividade faz parte do acompanhamento contínuo dos animais, que contempla diferentes fases de desenvolvimento, desde o crescimento inicial até o desempenho na terminação e os dados de carcaça no abate. O objetivo é mensurar, na prática, os impactos do melhoramento genético na produtividade e na qualidade dos rebanhos.
Participaram da visita o Gerente de Fomento do PMGZ, Ricardo Abreu, o Técnico de Registro da ABCZ, Daniel Pupin Costa e o médico-veterinário e influenciador digital Olavo Bottino. A equipe foi acompanhada pela professora da USP, Nara Consolo.
A parceria entre a ABCZ e o campus da USP de Pirassununga teve início em 2012, com foco no registro genealógico, coleta de dados e avaliações técnicas realizadas por meio das ferramentas do PMGZ. Desde então, cerca de dois mil animais das categorias PA, PC e PO já foram avaliados. Os dados gerados são fundamentais para nortear os trabalhos de seleção e evolução do rebanho.
“As parcerias com instituições de pesquisa são essenciais, pois funcionam como verdadeiros laboratórios a céu aberto. No campus da USP de Pirassununga, a ABCZ atua desde os acasalamentos dirigidos entre matrizes e touros jovens do PNAT até o acompanhamento completo do desempenho dos animais. A cada ano, os resultados mostram avanços consistentes, como demonstram projetos como o da professora Nara, que evidenciam a influência positiva da genética do Nelore PO, da origem à carne”, destaca Ricardo Abreu.
A atuação do Técnico de Registro da ABCZ durante a coleta de dados é um dos pilares que garantem a credibilidade do PMGZ. “A presença do técnico da ABCZ nesse processo assegura mais consistência às informações. Além de validar os dados coletados, também contribuímos com nossa experiência na análise visual dos animais. Essa atuação funciona, inclusive, como uma espécie de auditoria, reforçando a confiabilidade do programa”, explica Daniel Pupin.
“Outro ponto importante é que essa análise feita no momento da coleta permite ao criador antecipar decisões de manejo, como o descarte de animais inferiores ou a retenção dos superiores, ainda na própria fazenda. Ou seja, nossa presença agrega valor em todas as etapas: da coleta à tomada de decisão no campo”, completa.
A professora Nara Consolo ressaltou a relevância da parceria com a ABCZ. “Essas avaliações visuais que a equipe da ABCZ realiza são extremamente valiosas. Elas não analisam apenas o padrão racial, mas também aspectos produtivos. O melhoramento dentro do PMGZ, especialmente no caso do Nelore, vai além da beleza e do padrão racial. É uma construção voltada à produção. Avaliamos o metabolismo dos animais com base nessas características produtivas. No rebanho avaliado, por exemplo, separamos os animais conforme diferentes padrões de crescimento, musculosidade e precocidade, ou seja, a capacidade de depositar gordura. Temos ainda dados de ultrassonografia, avaliação metabólica e, com a avaliação visual, conseguimos fechar o quebra-cabeça.”
Ela complementa explicando que o trabalho faz parte de um experimento que investiga a maciez da carne. “Ao final da vida produtiva, esses animais serão abatidos e analisaremos a maciez da carne em condições padronizadas de alimentação e manejo. O mais interessante é que, até o momento, animais fenotipicamente semelhantes, em estrutura, crescimento, musculosidade e precocidade, têm apresentado comportamentos distintos quanto à maciez. Isso nos leva a investigar se o metabolismo responsável por essa característica também influencia a morfologia.”
“Para isso, estamos construindo, em parceria com a ABCZ, um banco de dados robusto, que nos permita compreender melhor o que o fenótipo está nos dizendo. Seja em relação à musculosidade, ao crescimento ou à maciez da carne, o objetivo é integrar todas essas informações para refinar ainda mais nosso trabalho em melhoramento genético”.