Lançamento das Avaliações Genéticas das Raças Zebuínas movimenta a 18ª ExpoGenética

Participaram do encontro o PMGZ/Embrapa Geneplus, a Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores, o Instituto de Zootecnia de Sertãozinho e o PAINT, o programa de avaliação e identificação de novos touros, que anualmente apresenta um consolidado dos demais programas.
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“Essa consolidação é importante porque garante maior acurácia das informações e possibilita uma variabilidade genética superior à que teríamos se utilizássemos apenas os touros de um único programa. Atualmente, o PAINT é o programa de melhoramento que utiliza a maior quantidade de touros entre todos os programas de avaliação genética. É um programa que tem uma alta variabilidade genética, resultado de um sumário consolidado com a contribuição de diferentes programas de melhoramento”, destaca Juliana Sesana, gestora técnica do PAINT.
Mesmo com metodologias distintas, os programas apontam para o mesmo caminho: uma pecuária cada vez mais sustentável e produtiva. Além de produzir carcaças mais pesadas, a busca é por indivíduos que apresentam melhor eficiência alimentar, como no caso do Consumo Alimentar Residual (CAR), pesquisado há 15 anos pelo Instituto de Zootecnia.
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“A média da DEP de CAR desse rebanho, nos últimos quatro anos, foi menos de 150 gramas de matéria seca por dia. Pode parecer pouco para um único animal, mas considerando que a dieta é composta por 50% de água, isso equivale a 300 gramas de matéria natural por dia. Em um período de 90 dias, para um rebanho de 2 mil animais, a economia se torna gigantesca”, explica Maria Eugênia Mercadante, pesquisadora de melhoramento genético do Instituto de Zootecnia.

As fêmeas também ganharam protagonismo na apresentação, com destaque para novas características ligadas à precocidade sexual e longevidade produtiva. “Apresentamos uma nova DEP: Precocidade Sexual Natural, que avalia a probabilidade de a fêmea parir até os 30 meses de idade. Essa característica é fundamental, pois a precocidade sexual está diretamente relacionada à economicidade e à lucratividade. Assim, o criador tem a oportunidade de identificar a melhor genética para iniciar a reprodução das fêmeas mais cedo no rebanho e, consequentemente, aumentar o lucro”, comenta o Superintendente Adjunto de Melhoramento Genético da ABCZ, Henrique Torres Ventura.
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O gestor do Embrapa Geneplus, Paulo Nobre, reforçou a importância desse olhar para as fêmeas. “Durante muito tempo, lançamos o Sumário de Touros Jovens. O touro representa cerca de 80% do impacto genético de um rebanho, pois, por ter muitos filhos, seu material genético se multiplica rapidamente. Já a fêmea, biologicamente, produz apenas um produto por ano e acabou sendo, ao longo do tempo, teoricamente esquecida. Hoje, com as biotécnicas de FIV e TE, é possível aumentar sua produção. Nos últimos anos, o advento da genômica nos permitiu oferecer avaliações genéticas muito mais precisas e acuradas, o que nos credencia a lançar também o Sumário de Fêmeas. Dessa forma, podemos determinar, com precisão, aos 18 ou 24 meses, o grau de investimento adequado em uma fêmea, otimizando o manejo e a genética do rebanho”.
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Na sequência, a especialista em pesquisa e inovação da ANCP, Letícia Pereira, apresentou o Programa ProCarne. “Foi nesse contexto que lançamos o Programa ProCarne. Um dado interessante, frequentemente destacado por Ricardo Abreu em suas palestras, é que o Brasil possui cerca de 80 milhões de matrizes. Segundo o professor Pietro, o percentual de vacas inseminadas gira em torno de 22% a 23% da última safra dessas matrizes. Portanto, existe um universo muito grande de matrizes que ainda não recebem essas informações genéticas. Hoje, nosso maior concorrente é o boi de boiada. A função dos Programas de Melhoramento Genético é justamente levar essas informações para os produtores desses milhões de animais, que ainda não possuem touros melhoradores em seus rebanhos”.
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O evento terminou com palestras sobre o uso de informações e fenótipos digitais na pecuária moderna, as novas características do PMGZ voltadas à lucratividade do produtor e os avanços das pesquisas que buscam melhorar cada vez mais a produção de proteína nobre. A programação foi encerrada com um momento de confraternização, em que os convidados degustaram carne assada na brasa.
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A 18ª ExpoGenética é organizada pela ABCZ, com patrocínios de Neogen, Virbac, Real H e Romancini Troncos e Balanças, apoio do Banco do Brasil, CNA/Faemg/Senar, Fazu e Sebrae. O café oficial da feira é o Dona Neném. A cerveja oficial é Itaipava, do Grupo Petrópolis.